tag:blogger.com,1999:blog-24760688073009544942024-03-13T16:22:46.240-03:00Quem conta seus males espantaBárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-61998493045578493982010-05-22T23:14:00.002-03:002010-05-22T23:16:23.845-03:00<i><span style="color: magenta;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Centralizando</span></span></span></i><br />
<br />
<span style="color: magenta;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Venho aqui hoje pra comunicar aos leitores que estarei "centralizando" as minhas produções, ou seja, tudo voltará a fazer parte de um único blog, o "<a href="http://www.asvezesbahh.blogspot.com/">De mim</a>" que foi de onde nasceu o "Quem conta seus males espanta" e sabe como é, o bom filho à casa torna, rs. </span></span></span><br />
<span style="color: magenta;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Tomei esta decisão por achar que tenho postado muito pouco aqui, e gosto de mais frequência, centralizando é mais fácil. </span></span></span><br />
<span style="color: magenta;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Espero que entendam e que visitem o "<a href="http://www.asvezesbahh.blogspot.com/">De mim</a>". </span></span></span><br />
<span style="color: magenta;"><span style="font-size: x-large;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Beijos e <b>obrigada</b> por tudo! </span></span></span>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-78212867633415504392010-05-21T20:29:00.000-03:002010-05-21T20:29:02.816-03:00Inversão<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">_ Olá - Ele disse.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">_ <span class="goog-spellcheck-word">Oi</span> - Ela disse. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Mas na verdade disseram quase ao mesmo tempo num misto de desespero, emoção e quem sabe medo daquele encontro. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Ele nem imaginava que a veria assim, tão de repente e ela, imprudente, como sempre, se esqueceu que aquele era o caminho dele, só se lembrou num ponto que não tinha mais como correr, ele já havia apontado na esquina.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Ela não sabia o que fazer, tinha vontade de correr, mas a vontade na verdade era de pará-lo bem ali, sem se importar se ele estava ou não com pressa e tirar a limpo toda aquela história que a fez perder o sono da última semana, e pensando bem, talvez fosse do último mês. As coisas não deveriam ser assim, não eram para ser assim, ela não havia pensado desse jeito e não queria um ponto final, queria apenas trocar o sentido daquelas reticências que ele havia colocado naquilo. Disse <span class="goog-spellcheck-word">oi</span> e acelerou o passo, talvez não fosse a hora. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Ele não queria tê-la visto, seria tão melhor se ela não tivesse aparecido, não que tivesse raiva, na verdade nem chegava perto disso, mas ela sumindo era simplesmente mais fácil de não lembrar, ou lembrar menos. Porque ela era perfeita para ele, ela era ele, como ele, para ele, mas não conseguia ser dele. E apesar de tudo ela ainda queria que ficasse tudo bem. Disse olá na esperança que ela parasse. Não parou. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Ela saiu pensando em como a vida poderia ser assim, porque a final de contas o destino resolvera fazê-la passar por tudo o que já passou? mas dessa vez, os papéis estavam invertidos. Talvez fosse pra lhe mostrar o quanto são difíceis os dois lados da moeda.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Ele saiu com o coração sangrando na boca e a cabeça voando por ai onde não sabia. Não olharia para trás. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;">Foram. </span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> </span><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S_cVzlbj7gI/AAAAAAAAAf4/07t-LGpZ89k/s1600/corre.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S_cVzlbj7gI/AAAAAAAAAf4/07t-LGpZ89k/s320/corre.jpg" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-47946305481925189342010-05-02T13:47:00.000-03:002010-05-02T13:47:28.082-03:00Selo!<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S92n1pDwt0I/AAAAAAAAAd4/nVRntDUToX4/s1600/selo+%3DD.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S92n1pDwt0I/AAAAAAAAAd4/nVRntDUToX4/s320/selo+%3DD.jpg" /></a>Recebii o primeiro selo!<span style="color: #0b5394;"> </span><i style="background-color: black;"><b><span style="color: #0b5394;">PRÊMIO DARDOS</span> </b></i></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">E quem me mandou foi o Joel Vieira do <a href="http://faces-minhas.blogspot.com/">Faces </a> <i>(recomendo)</i>. </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Poxa muito obrigada mesmo, adorei! </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Vamos ao Selo<br />
Prêmio dardos: Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.E tem três regras.<br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Aqui vão as regras:<br />
- Exibir a imagem do selo no blog.<br />
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação.<br />
- Escolher 10, 15 ou 30 blogs para dar indicação, e avisá-los.</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://fatosempalavras-cl.blogspot.com/%20">FatoSempalavras </a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://odeliriodabruxa.blogspot.com/">O Delírio da Bruxa </a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://lseixas.blogspot.com/">Nave Espacial</a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://joys2.blogspot.com/">Fofocando Pensamentos </a></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://insidemistake.blogspot.com/">' dentro do erro</a> </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://omundodesofisma.blogspot.com/">O mundo de sofisma </a> </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://umlugaraosolpertodovento.blogspot.com/">Um lugar ao sol, perto do vento. </a> </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://castellosdeareia.blogspot.com/">UMA VEZ NA VIDA só acontece uma vez. Os momentos e os sonhos se dissolvem feito Castelos de Areia. </a> </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://entremsemaiusculos.blogspot.com/">EnTRE (Ms) e MAiÚsCuLOs</a> </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><a href="http://luzifotogramas.blogspot.com/">LUZIFOTOGRAMAS</a> </div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Indico todos e espero que gostem! Até! </div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-207069244923303472010-04-23T22:12:00.002-03:002010-04-23T22:15:29.487-03:00"Que o vento, meu filho, quando passa pelas coisas tem o poder de desescrevê-las levando-as embora, como faz com as folhas no outono"<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Emanuel José era seu nome, era esse também o nome do avô. Quando olhava para o espelho sentia vergonha, sabia que não era culpado, mas ainda assim sentia vergonha, mas hoje, hoje foi diferente.</span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Quando olhou no espelho, se lembrou do <span class="goog-spellcheck-word">vô</span> <span class="goog-spellcheck-word">mané</span>, que sentado em sua cadeira de fios com o cigarro de palha em mãos dizia calmo que as coisas ruins da vida eram como aquele cigarro, queimavam por algum tempo no coração da gente, mas depois viravam cinzas e eram varridas pelo vento. "Que o vento, meu filho, quando passa pelas coisas tem o poder de <span class="goog-spellcheck-word">desescrevê</span>-las levando-as embora, como faz com as folhas no outono" disse o <span class="goog-spellcheck-word">vô</span> <span class="goog-spellcheck-word">mané</span> na sua velha cadeira de fios. </span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Era como se o avô soubesse de tudo, do maior e único segredo de Emanuel, aquele que não contara para ninguém jamais, mas que até então vivia dentro dele com as janelas bem fechadas onde queimava insistentemente e não deixava, de forma alguma, o vento entrar. Mas hoje era diferente, usaria de toda a sua força para finalmente abrir as janelas. </span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Abriu a janela e decidiu que aquilo tudo pararia naquele instante de queimar; foi então que entrou o vento. E o vento <span class="goog-spellcheck-word">desescreveu</span> aquelas dores e medos do coração, calmo como a fala do avô, simples como caem as folhas adas árvores no outono. </span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Não sofreria mais por aquilo que não procurou, pois para ele, que apesar de tudo conservara uma alma de menino, só merecia castigo quem havia feito alguém sofrer, ele não o fizera. </span></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Não deixaria mais, nunca mais, que o que aquele estranho fizera com o menino Emanuel no celeiro da fazenda de seus pais naquela noite estranha enquanto brincava de conversar com os <span class="goog-spellcheck-word">pôneis</span> que ganhara do avô deixasse o homem Emanuel José com vergonha de viver, logo ele que apesar de tudo tinha um coração tão cheio de inocências. </span></span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"></span></span><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S9JFFGKylII/AAAAAAAAAdo/5egqKyXRmnc/s1600/gato.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S9JFFGKylII/AAAAAAAAAdo/5egqKyXRmnc/s320/gato.jpg" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-1658328283552640982010-04-20T22:23:00.000-03:002010-04-20T22:23:24.245-03:00Redecorando<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sairam para as ruas, foram redecorar a vida que já estava um pouco amarelada. Então colocaram as fitas nos cabelos e sairam a cantar e tocar as flautas e flautins e dançavam também os neo-paisagistas. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Mas aqueles que olhavam tudo por detrás dos vidros dos escritórios condevam aquela loucura, aquele "barulho" atrapalhava e todos tinham muito o que fazer. Proque todos têm sempre muito o que fazer, estão sempre ocupados de mais com em levar a vida, em sustentar a vida, em crescer na vida e se esquecem de viver a vida. </span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S85TchITlII/AAAAAAAAAdY/vxqXKmuOJA0/s1600/cirque-du-soleil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S85TchITlII/AAAAAAAAAdY/vxqXKmuOJA0/s320/cirque-du-soleil.jpg" wt="true" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-88467522453791070912010-03-08T23:14:00.000-03:002010-03-08T23:14:58.991-03:00<div align="justify"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E caminhava pela rua, e observava a própria sombra. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Sentia uma sensação estranha, não sabia explicar mais havia algo diferente. Viveria uma nova fase talvez. Era assim que acontecia, as novas condições lhe traziam sensações estranhas, logo se acostumaria. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">O que era dessa vez? O que a menina sentia? </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Queria voar, e sentia que podia. Bastava se sentar em um canto com silêncio, vento no rosto, caneta e papel. Voaria. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Seria capaz então de descrever todos os lugares do mundo desde que tivesse papel e caneta, e claro, vento no rosto, mesmo que nunca tivesse conhecido o tal lugar, saberia, porque estava sobrevoando o mundo e atravéz de uma fina membrana poderia então tocar a vida. Saberia os seus limites; enquanto escrevesse saberia os seus finos e delicados limites. Se esforçando, quem sabe, chegaria em seu próprio limite, entre a sanidade e a loucura, o ápice de uma simetria perfeita entre verbos e rimas, teria nesse ponto tocado o tempo. Um pé cá, outro lá, entre a razão e o algo a mais que só quem já pode perdê-la sabe dizer. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Então descobrira a sua nova condição, a menina agora era poeta. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Viu na própria sombra uma figura mística, rara e diferente. Que tinha os olhos cantantes, a fala doce, um coração que sangra, uma alma que chora e um todo que sente, mais do que tudo e em primeiro lugar sente, e sente com infinita delicadesa e ardência, porque toca a vida, por uma fina e resistente membrana que se chama amor. </span></div><div align="justify"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S5Wu-KyTxyI/AAAAAAAAAck/R49g8wlB_4o/s1600-h/zoe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" kt="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S5Wu-KyTxyI/AAAAAAAAAck/R49g8wlB_4o/s320/zoe.jpg" /></a><span style="font-family: Trebuchet MS;"> </span> <span style="font-family: Trebuchet MS;"> </span></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-89180164557594692242010-02-25T22:15:00.001-03:002010-02-25T22:22:00.588-03:00<div align="justify"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Guardou os bons momentos, todos o que se lembrava desde que era capaz de lembrar, colocou-os em uma caixinha, depositou cuidadosamente na primeira gaveta do criado mudo. Ficaria tudo ali, colecionaria momentos bons. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Estava decidido, não seria médica, professora ou advogada, seria colecionadora de felicidades, buscaria pelo mundo momentos bons e os eternizaria, por menores que fossem as felicidadezinhas, não tinha importância se fossem da espessura de alfinetes ou da proporção de explosões nucleares, sentir o coração bater mais forte valeria tudo. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Não estava fugindo da realidade, estava apenas exigindo menos, exigiria menos de si, menos da vida e do resto do mundo e das coisas do mundo. Exigir menos faria do pouco o suficiente, o acaso traria o muito às vezes e seria bom também, guardaria tudo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Ela só queria ser diferente, correr atraz do prêmio que todos correm era muito chato. Seu prêmio seria diferente, só queria encher uma caixa, a caixa da segunda gaveta do criado mudo de momentos bons, de pessoas boas, de abraços e sorrisos. </span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Não se importaria mais com as expectativas, queria só felicidade pra caixinha. Depois de cheia, abriria a caixinha e espalharia os momentos por ai, daria sorrisos aos rostos tristes e depois de acabadas as lembranças felizes guardadas começaria tudo de novo, e de novo e de novo. A colecionadora de felicidades vagaria sempre pelo mundo até que fosse necesário um sucessor. E os colecionadores vagarão eternamente pelo mundo. Existirão sempre caixinhas pequenas e agitadas nas segundas gavetas dos criados mudos. </span><span style="font-family: Trebuchet MS;"> </span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S4ciLMD_WBI/AAAAAAAAAb4/2yHxJRLXeew/s1600-h/criado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" kt="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S4ciLMD_WBI/AAAAAAAAAb4/2yHxJRLXeew/s320/criado.jpg" /></a></div></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-89010844208029706802010-02-14T18:28:00.001-02:002010-02-14T18:31:53.882-02:00O que fomos<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Hoje me lembrei do que fomos um para o outro. Me lembrei do que você foi para mim. Me deu aquele aperto no coração, aquela vontade de chorar. Chorei, chorei por algum tempo enquanto devorava uma barra de chocolate. Você talvez se lembre de como sou chocólatra. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">O que foi que fizemos? Quando foi que esquecemos quem somos?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">A noite está fria hoje, ideal para um filme de terror daqueles que eu e as meninas morriamos de medo de assistir mas acabavamos dando risada de tudo enquanto você super corajoso ficava morrendo de medo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Ninguém mais está aqui. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Sem filmes, sem você, sem ninguém, sozinha. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Quando foi que nós esquecemos que antes de sermos namorados éramos amigos?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Eu te amava, ou melhor, amo, com todas as minhas forças e esse amor não depende de beijos na boca, só da tua presença, só de saber que eu posso contar com você sempre. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Mas eu já não posso.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">E quando eu te encontro por ai, e sou obrigada a receber aquele seu "oi" frio e por pura educação. Me dói. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Me dói e eu fico pensando se você também se sente assim. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Talvez não. Talvez só eu esteja me consumindo por essa amizade que acabou, afinal, você parece estar muito bem, está tão sorridente com as suas novas garotas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Talvez eu tenha que esquecer agora, esquecer o que fomos, seguir em frente. Esquecer que você é tudo pra mim. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S3hc0-H5a3I/AAAAAAAAAag/1y7RfItEDFw/s1600-h/menina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ct="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S3hc0-H5a3I/AAAAAAAAAag/1y7RfItEDFw/s320/menina.jpg" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-52092941359249320932010-02-10T20:58:00.000-02:002010-02-10T20:58:54.024-02:00E-mails para Natasha<div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: Trebuchet MS;">De Luiza para Natasha </span></strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: Trebuchet MS;">23 de março de 2009 </span></strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">"Oi Natii! </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Como você tá amiga? </span></em><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Espero que bem viu!</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">E as coisas por ai, como são?</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">To muito curiosa para saber como foi o seu primeiro dia de aula na escola nova! Deve ser o máximo conhecer gente nova né?</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Haa e deixa eu te contar! O Rafael me falou que ficou super triste de você ter se mudado! Adorou né? Quando você vier para cá... HUUUUUM' </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">HAHAHAHAHA'</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Haa e tem eu né! Morrendo de saudades de você, de todas as nossas brincadeiras, de todos os incontáveis momentos que a gente passou juntas em todos estes anos de amizade! </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Foi fantástico te conhecer e ser sua amiga! </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Te amooooooooooo! </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">E não esquece de mim hein! Beijoooooo!"</span></em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: Trebuchet MS;">De Gabi para Natasha</span></strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><strong><span style="font-family: Trebuchet MS;">23 de março de 2009 </span></strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;"><em>"Oi Nati!</em></span></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Como está tudo? Chegou bem ai?</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Talvez agora nem tenham instalado a sua internet ainda, mas não to conseguindo te ligar, deve ser porque mudando de estado muda de área tembém né? </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Enfim, estou te escrevendo pra te dizer algumas coisas importantes que talvez nem conseguiria dizer por telefone, assim como não consegui te dizer pessoalmente. </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Sabe, desejo que a sua nova vida seja maravilhosa, e que mesmo batendo aquela saudade que eu sei que bate, que você saiba que amigos a gente faz em qualquer lugar, especialmente você, com esse jeito único de ser, rapidinho vai estar cheia de novos amigos. Te desejo toda a sorte do mundo! </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">E você sabe o que é toda a sorte do mundo? </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Toda a sorte do mundo é você encontrar alguém que seja como você foi para mim quando eu cheguei aqui! Alguém que te faça sorrir e que às vezes de faça até esquecer que você deixou um monte de gente que amava para traz, longe.. em outra cidade!</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Quero te agradecer por tudo! Por tem sido minha amiga, por ter me ouvido quando eu precisei, por ter chorado junto comigo muitas vezes e por tantos momentos eternos que a gente viveu!</span></em> </div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Agora estamos nos separando, mas eu tenho certeza que isso não vai fazer a nossa amizade morrer, não mesmo, no meu coração você vai estar sempre perto!</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Lembra aquela vez que você foi atropelada e eu senti lá em casa que você tava mal? Então, vai continuar sendo assim, para sempre! </span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Eu te amo Nati! Manda notícias! (Haa eu sei que vai mandar né?)</span></em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: Trebuchet MS;">Beijos!"</span></em></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-74233406315400640382010-02-05T20:12:00.003-02:002010-02-08T21:38:15.577-02:00Iguais<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ela sentia tanto. Sentia em quantidades, sentia em profundidades, sentia em larguras e em comprimentos. Ela o sentia por todas as dimensões. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Desde o primeiro momento fora capaz de enxergá-lo. Nesse primeiro momento, não sabia quem era ele, mas sabia o que ele era. Ele era como ela, e nada garantia essa certeza, mas ela a tinha. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Então o tempo foi se passando irregular quando se tratava dele, mas aos poucos ela foi descobrindo quem era ele. Confirmou que eles eram mesmo iguais. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela o amou. Não por ele ser como ela, porque nem sempre ela se sentia feliz consigo mesma, mas sim por ele também reconhecê-la como afim. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela sabia como era, descobriu quem era, e com isso descobriu também que era um erro ama-lo, não que amar seja errado em alguma cincunstancia, mas ela consederava que deveria evitar tudo o que a fizesse sofrer, ele a faria sofrer, não porque desejasse fazê-lo, mas por razões que ela compreendia perfeitamente, ela o compreendia perfeitamente. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Mas já era fato consumado, em pouco tempo viriam as consequências. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">O tempo foi caminhando no mesmo descompassado ritmo mas as coisas aconteceram, e agora estavam juntos.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Estavam sentados no sofá da casa dele, assistindo um filme italiano, e ela sentia tanto. Sentia em quantidades, sentia em profundidades, sentia em larguras e em comprimentos. Ela o sentia por todas as dimensões. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Sentia que ele a amava o quanto necessário. O necessário para estar ali com ela, o necessário para não deixá-la, o necessário para ligar algumas vezes no dia para saber como ela estava e só o necessário para ter medo dos estragos que provocaria a ela se partisse.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ele tinha medo porque sabia que enquanto ele era capaz de ama-la apenas o necessário, ela o amava imensidões, o amava profundidades, larguras e comprimentos; inquantificavelmente. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ele tinha medo porque sabia que enquanto acariciava os cabelos dela assistindo aquele filme italiano que ambos adoravam, ela chorava. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela chorava porque sentia as diferenças.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">E ele também chorava, chorava porque assim como ela sabia de tudo. Sabia o quanto a relação era injusta, e se achava injustiçado por seu coração que mesmo tendo pertinho outro coração alguém que era tão perfeito, não parava de bater por outro alguém, que há tempos já estava longe. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Mas eles eram iguais, ambos choravam e colocavam a culpa no filme italiano. </span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S2yWMzadbdI/AAAAAAAAAZc/VBJfouTtIYw/s1600-h/casal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" kt="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S2yWMzadbdI/AAAAAAAAAZc/VBJfouTtIYw/s320/casal.jpg" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-10226149222753245822010-02-01T21:50:00.003-02:002010-02-08T21:40:26.596-02:00É claro que ela não acreditava<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">É claro que ela não acreditava em amor a primeira vista, afinal, essas bobagens só acontecem em filmes, novelas ou coisas do tipo e além do mais, já não estava mais na idade dessas coisas. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Mas com aquele homem era diferente, era como se ele todo fosse um imã feito especialmente para ela. Tudo nele exercia uma atração daquelas que se chama de atração fatal. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Era mais que isso, mais que atração, ela negaria, mas os olhos daquele homem que ela nem sabia como se chamava fizeram com que ela o amasse ali, naquele instante. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela não sabia como ele era, se tinha algum defeito ou se tinha alguma qualidade, não sabia telefone ou endereço, a única coisa que sabia era que ele tinha uma conta bancária na mesma agência que ela, apenas isso. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela não acreditava em amor a primeira vista, mas na noite que seguiu a tarde em que se encontraram ela mal conseguiu dormir lembrando daqueles olhos.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">É claro que ela não acreditava em destino, afinal, somos nós mesmos que fazemos o nosso caminho, e já havia esperado de mais por algum sinal, esperou tanto pelo destino que mesmo que ele fizesse caretas em sua frente não perceberia. Foi por isso que construiu a sua sorte e chegou onde chegou.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Mas um tempo depois, na mesma agência de banco, ele estava lá de novo, na sua frente esperando para falar com o gerente. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela ficou chocada, não podia ser verdade. Era. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ele viroude para ela e disse:</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">_ Oi, meu nome é Paulo.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela estremeceu, como assim aquela "coisa" estava fando com ela?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">_ Oi, sou Lígia.</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">_ Acho que já nos vimos por aqui.</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">É lógico que já tinham se visto, ela se lembrava muito bem!</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">_ É, pode ser, eu estou sempre por aqui.</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pensou "E agora?"</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">_ Seria muito inconveniente pedir o seu telefone?</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ela não sabia como reagir, quer dizer que ele também a achava interessante?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">_ Tudo bem, vou pegar meu cartão.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ainda bem que na semana passada a empresa para que trabalhava lhe forneceu alguns desses cartões de contato, nunca acharia a caneta. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">_ Por favor. Disse ele. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela lhe deu o catão, sorriu embasbacadamente e inventou que o horário de almoço estava acabando, se ficasse mais cinco minutos ali começaria a dar respostas incoerentes, não dava mais para esperar o gerente poder atender. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Se despediram casualmente e ela foi embora.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">No mesmo dia a noite, ele ligou. </span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S2dolhEVs6I/AAAAAAAAAYc/NLNaso59s5I/s1600-h/flores.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" kt="true" src="http://1.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S2dolhEVs6I/AAAAAAAAAYc/NLNaso59s5I/s320/flores.jpg" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-60252696983548156162010-01-30T16:27:00.003-02:002010-02-08T21:41:37.047-02:00<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Estava tudo muito desgastado ali. A tinta das paredes já havia descascado, haviam teias de aranha pelos cantos e o café muito amargo. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Algo tinha perdido o sentido, a busca tinha terminado, tudo entre eles ficou finalmente perfeito e foi vivido até a última gota. Era hora de mudar, voltar a buscar. Era hora de encher o cantil.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ambos eram muito sensíveis, mas ela foi a primeira a perceber. Foi então alerta-lo, sabia que ele teria que aceitar, mais cedo ou mais tarde, era uma decisão para dois, nada de metades. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Pôs-se inteira no olhar mais verdadeiro, e foi contar-lhe as novas, dizer-lhe que estavam cumpridos.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">No início ele discordou, mas analizou os fatos e acabou por concordar que estavam no final, as flores no jardim estavam mesmo murchando.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Despediram-se então, e é claro, não foi fácil, estas coisas pedem algumas lágrimas, mas sabiam que prorrogações seriam tentativas préviamente frustradas de tentar manter as mãos dadas enquanto a estrada pela qual caminhavam juntos bifurcava-se espontâneamente.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Desentrelaçaram-se as mãos. Seguiram sós novamente. </span>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-85060388919772953842010-01-25T22:03:00.003-02:002010-02-08T21:42:23.090-02:00O julgamento<div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Eles sabiam o que estavam fazendo. Dentro do seu intimo, todos eles sabiam o que estavam fazendo. Estavam decidindo cometer uma injustiça, estavam querendo julgar. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Mesmo que pelo decorrer de toda a história daquele laço forte e estreitamente amarrado de amizade que os cercavam eles tivessem pregado a liberdade e condenado a repressão estavam todos decidindo que era melhor julgar impiedosamente e talvez punir. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Um deles, já teve uma experiência, julgou e condenou, era mais seguro. Condenando aqueles com quem já compartilhou momentos decisivos da sua história era mais seguro, o protegia não só dos olhares alheios, o protegia também de si mesmo. Estava fazendo de novo, com mais tato desta vez, usando argumentos mais rápidos e eficases. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Uma delas, fazia a mesma coisa que fez o primeiro, julgava e desejava, quem sabe, condenar por medo de si mesma. Mantia a sete chaves um segredo que sabia que já fora revelado e fingia ter esquecido para poder usar severidade e tratar implacavelmente do caso a fim de garantir-se afastada do seu "segredo". </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">A outra hesitava, tinha medo de condená-la, pois sempre, sempre gritava a todos e a si mesma que todos tinham o direito de serem aquilo que desejavam ser e que não cabia a ninguém julgar. Mas ela própria tinha medo do julgamento, sabia que se eles mesmos não o fizessem junto com o resto do mundo, o resto do mundo se voltaria contra eles também, e ela tinha medo porque precisava ter consigo o resto do mundo, tinha medo da solidão. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Uma terceira andava na corda bamba, assim como a segunda tinha medo do resto do mundo, mas não era tão inescrupulosa quanto a segunda, sentia muito, só ela poderia ajudar a segunda e elas ajudarem a todos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">E então a culpada, que sentia-se livre e inocente como nunca. Livre porque finalmente havia libertado e gritado sua verdade aos quatro cantos de seu mundo, livre porque agora não precisaria mais fingir nada a ninguém, seria simplesmente o que era. Inocente porque aquilo afinal, não era crime algum, não feria ninguém, ou melhor dizendo, feria sim, feria aqueles que sentem-se ofendidos por haver alguém que vive a sua verdade tão descaradamente os deixando com água na boca. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S14wFmlUvxI/AAAAAAAAAYM/QYAunUZj5Ws/s1600-h/allstarpretourso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" mt="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S14wFmlUvxI/AAAAAAAAAYM/QYAunUZj5Ws/s320/allstarpretourso.jpg" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-42510329473074451732010-01-22T22:22:00.002-02:002010-02-08T21:42:41.915-02:00<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Enquanto olhava a paisagem morta da grande cidade Tereza chorava, era domingo e estava vazia e sozinha em seu apartamento.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Não tinha nada a fazer, não tinha companhia, não tinha, tudo lhe faltava.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Só tinha uma coisa a se agarrar; a saudade. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Então era isso que Tereza fazia nos dias em que não tinha trabalho nenhum, agarrava-se com a saudade de um amor que a deixou, na saudade da família que sutilmente se afastou e a saudade dos amigos, que com tanta ausência de esqueceram dela. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Tinha se descuidado, sabia disso, buscou tão intensamente o poder e o controle que sempre quis, que esqueceu-se que nada daquilo faria sentido se não tivesse com quem compartilhar. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela conseguiu, conseguiu tudo o que queria, mas agora estava morrendo junto com a paisagem da grande cidade, morrendo como as flores que ganhou no último dia dos namorados que tinha alguém com quem compartilhar, as flores morreram por falta de água, o dia dos namorados a muito tempo secou. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Chegou exatamente onde sonhou chegar, mas esquecia alguns aniversários ás vezes e mandava a secretária dizer que estava em reunião. Tantas e tantas reuniões em mesas compridas e retângulares cheias de pessoas sérias que nada lembravam as reuniões de Natal na casa dos pais, cheias de alegria e aconchego, mas agora eram só os rostos sérios e os Natais, bem, as companhias aéreas esgotam muito cedo as passagens nesta época. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">E para ficar onde estava, sempre levava trabalho para casa, não saia mais com aqueles que a conheciam tão bem e gostavam dela apesar de tudo, nunca mais as luzes da cidade e os bares de final de semana, trabalho... Trabalho. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Então no domingo Tereza acordou, encostou-se na janela do apartamento e chorou por algum tempo.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Tomou um banho, colocou uma roupa qualquer e decidiu ir respirar um pouco de ar, ainda que sujo, da cidade. Caminhou por algumas ruas distraidamente reparando no movimento das pessoas e esqueceu, como era de costume esquecer, de reparar no movimento dos carros, ao atravessar a rua, naquele domingo vazio, a esquecida tereza não fez muita questão de agarrar-se a vida como agarrou-se naquela manhã à saudade. Entregou-se. </span>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-1295363435457184862010-01-20T21:52:00.002-02:002010-02-08T21:43:04.283-02:00Ela deixou os chinelos na areia,<div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">saiu correndo em direção ao mar. Não quis entrar, ficou apenas com os pés na água, parou pra olhar o horizonte.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Era uma mulher estressada, tinha toneladas de responsabilidades sobre suas costas, não dava a atenção que queria aos filhos, seu casamento há muito não era mais como ela sempre sonhou, mas naquele momento, só naquele momento, sentia-se mais feliz que nunca, a sensação de liberdade tomava conta de tudo, até sua respiração se dava livre, e o seu pensamento naquele momento era simplesmente uma cor. Ela pensava em azul, e o azul que estava na mente se juntou com o azul do mar que também já se juntara com o azul do céu. E ela ficou ali, por apenas alguns minutos, minutos esses tão intensos quanto uma eternidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Era tudo o que precisava para continuar, precisava apenas daqueles minutos para resolver tudo o que tinha que resolver, apenas daqueles minutos para mesmo com a cabeça estourando de dor, organizar um jogo na sala com os filhos e rir muito com eles, só aqueles minutos para ser mais tolerante com o marido e entender que o peso que ele carregava não era menor que o dela e ter esperanças para continuar a ama-lo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Então ela suspirou leve, deu as costas para o tão azul, pegou seus chinelos e saiu caminhando. Entrou no carro, retomou conciência e foi pra casa se aprontar para mais uma reunião massante do trabalho.</span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S1eXCJLiH5I/AAAAAAAAAX8/M0OGFzoSGjk/s1600-h/horizonte+..bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" mt="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S1eXCJLiH5I/AAAAAAAAAX8/M0OGFzoSGjk/s320/horizonte+..bmp" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-43030261407157566772010-01-17T20:54:00.003-02:002010-02-08T21:43:32.359-02:00Fim<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Oi.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Oi amor, não esperava por você agora, entra.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;"> Como foi o dia?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Foi bom. Na verdade não muito, tenho pensado um pouco em umas coisas.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Quer dividir?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Na verdade eu preciso.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Então me diga.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Sabe, é tão difícil, dói tanto ter que dizer assim, eu me sinto mal, de verdade.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- O que aconteceu?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu te trai. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- (...)</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Por favor, não chora assim.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- O que você acha que eu deveria fazer Fernando?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Me bate, briga comigo, só não chora assim na minha frente, eu não mereço. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Quando?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Começou a um mês mais ou menos.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Começou?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- É por isso que eu não mereço que você chore, eu não te trai Marília, eu estou te traindo, eu pensei muito, e eu acho que me apaixonei por ela, me pegou de surpresa e eu não sei como explicar. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Porque não me disse antes, porque me fez de boba este tempo todo?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu estava confuso.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Haaa você estava confuso? Eu achava que você não era tão egoísta assim! </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Para de chorar.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Me deixa! </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Desculpe.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Então é isso? Tudo isso de uma vez e você me pede desculpas? </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu vou sair da sua vida, não se preocupe.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Você não sabe o quanto isso dói, você não tem idéia do quanto eu te amo, da forma como eu apostei cada pensamento que eu tinha em você!</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu também te amo.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Cala a boca! Isso é ridículo, não me ama! VOCÊ NÃO ME AMA! </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu sei que não podia.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Me abraça.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Me perdoa minha flor. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- E se eu disser que sim?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu não sei.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Você a ama?</span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Não sei.</span></span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Porque eu não consigo te mandar embora? Porque dói tanto te dizer o que eu deveria dizer?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu vou embora.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Quem é ela?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Trabalha comigo.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Como você pode?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu não sei explicar, eu me sinto mal por você, mas não sei o que fazer.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Tchau.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Quer mesmo que eu vá?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Não, mas você não tem o direito de me perguntar. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Eu sei, me desculpe, não vou mais te procurar.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Sai daqui e me deixe chorar sozinha, vai embora e eu quero que você se sinta muito mal por isso, quero que você saiba que está me fazendo sofrer. Logo eu que fiz tudo por você. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">- Desculpe; tchau. </span>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-60686032001461279932010-01-15T21:56:00.003-02:002010-02-08T21:44:02.235-02:00Fofoca encantada<div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">Estes dias fiquei sabendo que algumas princesas andaram se reunindo para tomar um chá e fofocar os babados dos seus reinos e eu não fui convidada! </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana;">A reuniãozinha foi na casa da Cinderela, aquela mesma do sapatinho de cristal, mas sabe o que eu fiquei sabendo? anda meia indisposta, não consegue andar muito. Dizem que é por que o seu marido, um dos Príncipes Encantados que ninguém sabe o nome é meio que tarado pelo famoso sapatinho de cristal, mas os pés dela cresceram e como ele sempre pede para que ela coloque o tal sapato os pés dela estão cheios de feridas, a coitada fica mesmo sentada, evita andar muito. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana;">A Branca de neve estava no chá, disseram que ela cresceu muito, para os lados é claro. Está enorme de gorda, também, com essa mania de sair comendo tudo quanto é maçã que vê pela frente! </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana;">Bela Adormecida estava lá também, não que ela seja uma convidada relevante, porque bem, ela tem essa de dormir de repente, inclusive dizem que é por causa desse probleminha que o Principe Encantado dela pediu o divórcio, uma pena. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana, sans-serif;">A Bela da Fera também foi convidada, dizem que ela foi a mais sortuda, a Fera era mesmo uma coisa que sinceramente "Hôô lá em casa", ela é que tá um pouco acabadinha né, sabe como é, o tempo passa, as primeiras rugas aparecem, as primeiras plásticas também. Pena que nem todos os cirurgiões são lá aquelas coisas, e acabaram por deixar a boca dela meia torta e a somprancelha erguida de mais. Ela fica o tempo todo com cara de quem tá perguntando "Hãn?". </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana;">Até a doida da Jasmim e a Ariel que tem aquele monte de escamas foram chamadas acreditam? </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana;">Pelo que eu soube, a Jasmim passou por maus pedaços anos passado. Pegou o galinha do Aladim com outra na cama deles! Deu uns tapas na vagabunda e dizem que até hoje ele dorme no sofá. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana;">Já a Pequena Sereia tá na mesma, pequena. Acho que o nome do problema dela é nanismo, não cresceu grandes coisas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana;">Agora o que mais me irrita é o fato de que como assim ninguém me chamou? Só porque a minha fama não anda lá essas coisas por eu estar dando umas voltinhas na garupa de uns lobos por ai? Mas e dai? São todos meus amigos e eu não estou traindo o movimento, as pessoas mudam! (E dá para perceber só de olhar para elas!) </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Verdana;">De qualquer forma, eu também não ligo muito, pelo menos o meu final feliz está bem mais feliz do que o delas! Beijos e me telefonem gatinhos! </span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S1D_vcszpHI/AAAAAAAAAXc/P9yI5poL6AM/s1600-h/chapeuzinho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S1D_vcszpHI/AAAAAAAAAXc/P9yI5poL6AM/s400/chapeuzinho.jpg" /></a></div><div align="justify" class="separator" style="clear: both; text-align: center;">------------------------------------------------------------------------------------------------</div><div align="justify" class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div align="justify" class="" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: "Courier New", Courier, monospace;"><span style="color: red;">A cessem também:</span><span style="color: lime;"> </span><a href="http://asvezesbahh.blogspot.com/"><span style="color: lime;">Às Vezes</span></a></span></div><div align="justify" class="" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S1EAbHDmpII/AAAAAAAAAXk/Vfd0QBMmS4A/s1600-h/SDC10394.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S1EAbHDmpII/AAAAAAAAAXk/Vfd0QBMmS4A/s200/SDC10394.JPG" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-47634507760077380842010-01-11T21:15:00.002-02:002010-02-08T21:44:37.046-02:00Uma chance<div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ela sabia que não podia machuca-lo, não tinha esse direito, mas sabia também que era totalmente capaz de fazê-lo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Se sentia a pior das criaturas por essa constatação, mas pelo menos consigo mesma deveria ser verdadeira, tinha que assumir que desde o começo, desde o momento em que aceitou o pedido de namoro daquele, que antes de qualquer coisa, era seu melhor amigo, sabia que era capaz de abandona-lo a qualquer momento se aquele, que acreditava ser quem realmente amava, lhe desse uma chance. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Era feio, era cruel, ela ia perder sua amizade mais sólida, mas era capaz de arriscar, tinha que arriscar, porque havia esperado muito por aquele homem, não podia deixa-lo escapar agora que ele havia batido em sua porta. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Mas vinha o sentimento de culpa, o nojo de si mesma, porque o seu melhor amigo a amava de uma forma tão absoluta que doia de ver o brilho nos olhos dele quando estavam juntos. Ela não queria perde-lo, mas sabia que isso iria acontecer, pois depois que eles terminassem sem a explicação que ela deveria dar, era inevitável que ele descobrisse qual tinha sido o motivo, eles tinham o mesmo circulo de amizades e mais cedo ou mais tarde ele descobriria que foi usado, descobriria que aquela em que depositou o seu amor mais sincero havia o usado para satisfazer as suas carências nojentas e não morrer de amor por outro. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela iria sofrer também, talvez mais do que ele, mas não tinha outro jeito, tinha que se dar aquela chance, precisava daquilo, tinha que tentar ser feliz. </span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S0prn4I39SI/AAAAAAAAAW8/rfVXR9xjYgY/s1600-h/Drama+..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S0prn4I39SI/AAAAAAAAAW8/rfVXR9xjYgY/s320/Drama+..jpg" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-30461068916124042622010-01-09T22:44:00.002-02:002010-02-08T21:45:29.436-02:00Menina senhora<div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Colocava as contas no colar como se cada uma delas fosse uma felicidade da vida. Sentada na poltrona que fora do avô confeccionava um colar todo de felicidades. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">A primeira conta era infância e sorrisos gratuitos. A segunda conta era o primeiro amor, inocência e beijo desajeitado. A terceira era juventude, abraço no mundo, olhos que enxergam horizontes. E assim por diante... </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">A menina que é senhora de alma sabia de tudo, entendia de mais do que se tratava a vida, e confeccionou o colar de felicidades para dar de presente a um desconhecido qualquer, o diria que aquele colar era um amuleto, ele poderia usar como máscara de camaleão e se misturar a paisagem quando a dor e a tristesa passasem perto.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">A menina senhora sabia da felicidade e sabia das tristesas, e</span><span style="font-family: Trebuchet MS;"> mesmo sem muitas vezes tê-las sentido na pele, conhecia tudo a fundo, a menina senhora tinha um dom de sensibilidade. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Queria que todos pudessem sentir as energias do mundo também, queria que todos pudessem ver o quanto tudo tinha cores e formatos tão variados, queria emprestar o seu caleidoscópio que tinha espelhinhos de emoção dentro, mas não era possível. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Então todas as tardes a menina senhora sentava-se na velha poltrona reclinável que fora de seu avô e fazia seus colares de contas encantadas, e enquanto os confeccionava repetia sempre a mesma frase - "Sim, eu acredito". </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S0ki6vBFFZI/AAAAAAAAAWs/Otf4JOdhAJM/s1600-h/caleidosc%C3%B3pio+..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="http://3.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/S0ki6vBFFZI/AAAAAAAAAWs/Otf4JOdhAJM/s320/caleidosc%C3%B3pio+..jpg" /></a></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-66939892295231514332009-12-26T22:21:00.002-02:002010-02-08T21:46:11.125-02:00A Estrela [Parte 4]<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Com seu regresso como atriz consagrada na Itália, os convites não pararam de chegar, mas ela recusou todos. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Sentia-se muito mal, seus pais eram tudo o que ela tinha de concreto na vida, e ela os tinha perdido. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Depois de tudo acertado, ela não sabia o que fazer, se voltava para a Europa ou se ficava no Brasil, voltava para sua antiga casa e retomava sua carreira aqui. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Decidiu ficar, mas não retomou a carreira.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">A estrela estava triste de mais para poder brilhar, ela simplesmente não conseguia. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Louise entregou-se ao álcool, passava dias e dias bêbada. Hilda e Marcelo ficavam preocupados, ofereciam ajuda, mas Louise não queria ajuda, estava mal e estava feliz com isso, achava-se merecedora de seu sofrimento, além do mais o álcool era a única coisa que podia fazer com que os pensamentos corrosivos das brigas com os pais saissem um pouco de sua cabeça. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Hilda tantava lhe convencer de que nada daquilo tinha importância, e que ela fez o que fez porque precisava alcançar o que sempre quisera para a vida e que seus pais é que não tinham a mente aberta como elas tinham e que aquelas brigas eram normais, nada de mais. Mas tudo foi inútil, Louise se sentia casa vez mais mal, sua alegria e otimismo persistentes de outrora transformaram-se em pura angustia. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Alguns meses se passaram e Louise teve uma pneumunia, não fez o tratamento que devia e seu quadro se agravou. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Em Julho de 1950 o brilho da estrela se apagou para sempre. </span>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-91467484509723913442009-12-25T21:31:00.005-02:002010-02-08T21:46:43.120-02:00A Estrela [Parte 3]<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Com sua pouca idade e seu novo comportamento, Louise começou a ter problemas com os pais. Vera sentia-se orgulhosa, mas acreditava que não era correto que uma moça daquela idade andasse por bares com um moço, sozinha, sentia-se chateada. O pai por mais paciente e compreensivo que fosse, abominava as novas atitudes da filha, sentia-se envergonhado perante os amigos que diziam "eu te avisei sobre essas artistas", e ele e Louise tinham interminaveis discussões quando ela regressava de suas noitadas. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Louise ficava sufocada dentro de sua própria casa, não podia receber os novos amigos, não podia beber em casa, ou fumar, e sempre recebia intermináveis sermões dos pais quando chegava em casa. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Apesar da boemia a que Louise se entregou, sua carreira continuou deslanchando, e outros papeis importantes chegaram. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Certo dia, enquanto ela e Marcelo tomavam suas bebidas de sempre sentados no bar de sempre, chegou uma conhecida de Marcelo que viera de Paris, Hilda Katerine era o seu nome. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Hilda era cerca de dois anos mais velha que Louise, mas sem dúvida era uma mulher a frente de seu tempo, usava calças e um batom vermelho cortante fosse noite ou dia. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Elas tornaram-se amigas, Louise admirava o caráter de Hilda, e logo adotou também as calças. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Foi um escândalo na família, a situação ficou insustentável. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">As noites de Louise eram sempre uma aventura, espetáculos, e o trio pelos bares da cidade. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Em feveriero de 1941 Louise e seus dois inseparáveis amigos conheceram o Lança Perfume, era carnaval. Marcelo e Louise apenas se divertiram com ele, para Hilda o Lança Perfume tornou-se companheiro. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Os dois amigos ficavam preocupados com Hilda, mas ela sempre estava muito bem. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Em março de 1942 durante um dos coqueteis de fim de estréia de peça, Louise conheceu José Augusto com quem casou-se oito meses depois. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Foi uma paixão arrebatadora para ambos, e apesar de José Augusto não gostar muito dos amigos de Louise, e deles também não se sentiram muito a vontade com o rapaz, tudo foi muito bem, e Hilda e Marcelo foram seus padrinhos. Para os pais de Louise um alívio. Para ela própria também, não havia outro jeito de sair de casa. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Quatro meses depois Marcelo e Hilda casaram-se também, provavelmente descobriram com a ausência da companheira que essa de casamento poderia dar certo com eles. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Mas o casamento de Louise não deu certo por muito tempo, em janeiro de 1944 ela decidiu se separar de José Augusto, não se sentia feliz, mais uma vez estava sufocada, ela era livre, jovem, bonita e rica, não precisava daquilo. Mais uma decepção para os pais, mas dessa vez a estrela foi brilhar em um canto que era só seu. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Louise decorou sua casa cuidadosamente, organizou cada detalhe, deu uma festa de inauguração em seu novo apartamento. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">A partir dai Louise decidiu que conheceria o mundo sozinha quando não estivesse em turnê. Ela queria conhecer toda a Europa.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Como tudo havia sido desde o começo, querer para Louise era poder, e ela fez todas as viagens que queria, teve muitos amores, um em cada viagem, ou mais que um, mas foi em Florença que conheceu o maior deles, o amor de sua vida, Alonzo. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Alonzo Bergamo era um diretor de teatro, se conheceram atravéz de contatos que Louize fizera durante suas viagens. Sem dúvida foi a maior paixão da vida de Louise, não se casaram como ele gostaria porque Louise passou a acreditar que os casamentos acabavam com o amor, mas viveram juntos em Florença e foram muito felizes enquanto foi possível. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Sendo Alonzo diretor, Louise fez várias peças na itália. Ela brilhava como nunca em palcos Italianos.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Em 1949 Louise recebeu a triste notícia de que seus pais haviam falescido em um acidente de automóvel. Transtornada regressou sozinha para o Brasil, despediu-se de Alonzo com a promessa de que estaria de volta assim que pudesse, o que não foi possível. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Louise não chegou no Brasil a tempo de velar o corpo de seus pais. Depois teve que tomar conta de todos os papeis e como filha única herdara tudo o que fora dos pais para si. É claro que ela não precisava daquilo, já era rica o suficiente, queria seus pais de volta, agora. Foi o único desejo de Louise que não pode se realizar. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Enquanto cuidava dos trâmites legais com ajuda de Marcelo e Hilda, sentia remorso por ter causado tanto desgosto aos pais. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Com seu regresso como atriz consagrada na Itália, os convites não pararam de chegar, mas ela recusou todos. </span><br />
<span style="color: white;"><br />
</span><br />
<em><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS; font-size: large;">[Continua]</span></em>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-80964207819641202572009-12-24T01:14:00.003-02:002010-02-08T21:47:07.355-02:00A Estrela [Parte 2]<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Aos 14 anos, Louise fez um teste para uma companhia de teatro e em 1933 estreou sua primeira peça chamada "A Rosa".</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">No dia da estréia, Louise estava muito nervosa. Enquanto se preparava na coxia sentia cada célula de seu corpo tremer, o estômago revirou, mas ela sabia que poderia fazer aquilo, ela tinha ensaiado cada fala, sabia de cada gesto que teria que fazer, tudo milimétricamente gravado em sua memória, então ela decidiu que iria brilhar, seria a primeira vez que a estrela Louise brilharia, e dali para frente seu brilho nunca mais iria se apagar, ela seria uma estrela eterna. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Quando Louise decidia uma coisa, estava decidido e pronto. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela foi perfeita no papel de Tereza que era filha de Josefa, uma mulher determinada e sensível, que sofria com a brutalidade do marido que escolhera para si. Louise juntamente com todo o elenco de "A Rosa" foi aplaudida de pé, a peça foi um sucesso e ficou em cartaz por alguns meses.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Nos anos seguintes Louise foi parando com o balett, entrou de cabeça nos ensaios, fez parte de outras peças, e foi crescendo em sua carreira.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Até que aos 19 anos chegou o seu grande momento, o momento que qualquer atriz espera que chegue, a sua primeira protagonista. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">A peça chamava-se "Menina Fêmea Mulher" de um roteirista brasileiro, Louise vivera Nadir, uma menina que tinha então 20 anos e passava pelas mudanças de menina para mulher. Foi uma peça polêmica na época, porém de grande repercussão, e que consagrou Louise como uma estrela.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela tinha conseguido, tinha chegado lá, sentia-se absoluta. Seus pais estavam também muito orgulhosos, principalmente a mãe, que via na filha seu sonho realizado. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">No coquetel servido depois da peça com os atores, diretores, críticos e outras figuras importantes no cenário artístico da época, Louise conheceu Marcelo Augusto Mendes, um jovem de 22 anos que adorava arte e estava acompanhando um dos críticos presentes. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Entre risos gerais aqui e ali, eles começaram a conversar. Houve uma identificação mútua e começara naquela noite uma amizade concreta, que mudaria a vida de Louise radicalmente.</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Dali para frente eles começaram a se ver de vez enquando, não era um namoro, visto que não havia empatia física entre eles. Marcelo apresentou seus amigos e amigas para Louise que na época não tinha muitos que ela pudesse chamar de amigos, dedicara toda a sua existência em aperfeiçoar-se, logo não tinha muito tempo para isso.</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Com seu novo amigo, começou a frequentar os lugares mais movimentados do Rio de Janeiro, como começou a ir a praia, logo ficou mais corada e deixou aquele aspecto doente que sua pele tinha, ficou mais bonita, e com o tempo a boa menina que apesar de geniosa era muito domesticada foi ganhando uma ousadia que não vinha do berço, passou então a atrair a atenção de vários rapazes. Era uma jovem, bonita e famosa atriz, que tornou-se logo uma das moças mais cobiçadas das altas rodas da sociedade carioca. Louise Ferraz, a estrela. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">O novo caráter de Louise fez com que ela conhecesse coisas que não estavam dentro dos tantos livros que devorara e nem dentro da sua sólida criação. Louise e Marcelo tornaram-se uma dupla inseparável, a mídia noticiava um namoro que não era real, eles não se incomodavam e passaram a perder as noites que vinham depois dos espetáculos de Louise em bares. Louise bebia sempre Whisky com duas pedras de gelo, o garçon já sabia, e Marcelo bebia sempre sua Bloody Mary, um coquetel raro que poucos lugares fazem e poucas pessoas apreciam. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Com sua pouca e idade e seu novo comportamento, Louise começou a ter problemas com os pais. </span><br />
<span style="color: white;"><br />
</span><br />
<strong><em><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS; font-size: large;">[Continua]</span></em></strong>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-75949541036681337282009-12-22T23:39:00.008-02:002010-02-08T21:48:04.967-02:00A Estrela [Parte 1]<div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Louise queria ser uma estrela.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Quando nasceu em 1918, sua mãe já queria que fosse uma estrela.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ela cresceu acreditando que nascera para brilhar nos grandes palcos do mundo, Louise queria ser atriz, aos quatro anos preparara sua primeira peça que foi apresentada e aplaudida na ceia de Natal da família. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Louise era uma criança linda, tinha a pele muito branca e as bochechas rosadas, o cabelo levemente ondulado e castanho claro, os olhos verdes e movimentos delicados, quase dançados. Tinha um olhar que deixava imune qualquer um, mas por traz de sua candura tinha um gênio forte, era birrenta e voluntariosa. Queria tudo aqui e agora. Sabia muito bem dissimular, era uma atriz nata. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">O pai de início era contra devido a forma como as artistas eram vistas e posteriormente pela dura opressão política da época em que a ditadura militar sufocante tentava silenciar as artes, mas deixou-se levar pelo sonho de sua esposa, sonho esse que na verdade era mais como uma projeção do seu próprio sonho vetado, e sendo o pai Marcos Ferraz, engenheiro conceituado, de boníssima alma, acabou permitindo que a filha seguisse a carreira artística e mesmo sendo chamado de louco pelos companheiros do clube, ele sentia até orgulho dos inegáveis talentos que a filha mostrara desde criança.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Sobre a mãe podemos dizer que sempre fora uma sonhadora, não alcançou todos os seus objetivos, pelo menos não o principal deles, a sua vida de estrela, mas casou-se com um homem que ela mesma achava ideal para si, teve uma filha linda e talentosa e ostentava a posição social que sempre desejou. Era ainda uma boa mãe e administrava bem o seu lar, era amada como mulher e respeitada em seu meio. Vera Lúcia Souza Ferraz era uma mulher feliz.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Aos quatro anos Loise começou a dançar ballet, ela era perfeita como fazia questão de ser em tudo o que fazia, fossem coisas sérias ou alguma travessura de moleca como a vez em que colou os cabelos de sua baba enquanto esta dormia só porque não admitia que lhe chamassem a atenção, exeto o pai, que tinha de Louise o maior respeito e admiração. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Se apresentou muitas vezes quando criança, era uma menina que carregava em cada movimento graça, sentia-se única enquanto dançava, mas ainda não era o que queria, ela queria os teatros e bem pequena já sabia disso. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Aos 14 anos Louise fez um teste para uma companhia de teatro e em 1933 estreou sua primeira peça chamada "A rosa". </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">No dia da estréia, Louise estava muito nervosa. </span></div><br />
<strong><em><span style="color: white; font-family: Trebuchet MS; font-size: large;">[Continua]</span></em></strong>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-22086188983675110092009-12-17T19:46:00.002-02:002010-02-08T21:48:32.647-02:00O amor é beijo na boca com algodão doce na mão esquerda<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Estavam os dois caminhando no parque. O menino que pensa verso, a menina que sonha infinitos. </span><br />
<span style="color: white;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Era uma tarde agradável, caminhavam os dois, não só em corpo, caminhavam também suas almas juntas, de mãos dadas. </span><span style="font-family: Trebuchet MS;">A sincronia do sentir, do amar.</span></span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Conversavam suas estranhesas entrelaçadas, como se o mundo fosse um universo a parte, eles não teriam que participar deste universo, pelo menos enquanto estivessem juntos, porque para os dois era tudo naturalmente muito simples, fácil.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Então eles paravam de repente e ficavam a se olhar, uma análise profunda da aura do outro, e o sincronismo do sentir.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Eles compraram algodão doce, e então a doçura dos beijos.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Então o amor é isso, beijo na boca com algodão doce na mão esquerda, versos de infinito, duas almas encontradas em sincronia, o mover dos olhos encantados.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Então era isso, o menino, a menina, o amor e a felicidade paralela ao resto de tudo. </span>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2476068807300954494.post-4924623349098986562009-12-11T22:26:00.006-02:002010-02-08T21:49:03.844-02:00Coisas que só acontecem com Pã [2]<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Olá,</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Aqui estou eu novamente escrevendo neste caderno de histórias que na verdade deveria se chamar caderno das desventuras. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Se você ainda pensa que eu sou alguém normal, pode se desfazer desta esperança, porque não, absolutamente eu não sou uma pessoa normal. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Porque?</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Só porque tudo de ruin ou desastroso que esteja previsto nas linhas do destino para acontecer, obviamente acontece comigo! Eu sou a encarnação do perigo, e na minha testa deveria ter um bilhete escrito "PERIGO, NÃO SE APROXIME". Por isso se cruzar comigo, mantenha distância, quem avisa amigo é!</span><br />
<span style="color: white; font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Então você me pergunta "Mas criatura por que tanta revolta?"</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Eu te respondo!</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Tudo começou com o meu primeiro encontro.</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Eu tinha uns 14 anos se não me engano. Era uma daquelas matinês de festa, então eu fui com as minhas amigas. Minha mãe louca lógicamente queria que eu colocasse uma roupa superhipermagamasterblaster CAFONAAAA que só uma hippie como ela vestiria. Eu recusei, óbvio, e coloquei a roupa que eu considerava ser mais normal do meu guarda-roupa pobre de roupas normais. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Então eu sai toda bonitinha, e quando chegamos lá, eu vi um menino que estudava na mesma escola que eu. Eu sempre achei ele bonitinho, e ele óbviamente sempre me achou uma... uma... estranha. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Mas milagres às vezes acontecem com os desventurados, e ele disse para as minhas amigas que queria conversar comigo. Eu fui, apavorada mas feliz por ter sido notada pela primeira vez na vida. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Ai nós fomos para um cantinho mais discreto da festa, o térreo, encostamos perto da parede e ele me beijou. Pulando a parte das sensações que este primeiro beijo me trouxeram, é claro que não seria perfeito! Não comigo!</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Alguma alma sem coração distraidamente deixou cair um copo de refrigerante do segundo andar, e adivinha onde caiu? Isso mesmo, bem na nossa cabeça!</span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Foi terrível, o "clima" foi totalmente estragado, e depois de termos limpado parcialmente os danos nem tinha como continuar nada. </span><br />
<span style="color: white; font-family: Trebuchet MS;">Por isso quando eu digo que sou um PERIGO em letras grandes eu acho bom que vocês acreditem!</span><br />
<br />
<div align="center"><span style="background-color: lime; color: black; font-family: Trebuchet MS;">Álbum de Pan</span></div><div align="center"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/SyLiwxv2rpI/AAAAAAAAATI/iXhKLVVFSPc/s1600-h/guri.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" ps="true" src="http://2.bp.blogspot.com/_LMLH22zCCoc/SyLiwxv2rpI/AAAAAAAAATI/iXhKLVVFSPc/s320/guri.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="background-color: lime; color: black; font-family: "Courier New", Courier, monospace;">Esse foi a minha primeira vítima.</span></div>Bárbara Grou.http://www.blogger.com/profile/01936239027809745103noreply@blogger.com0