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terça-feira, dezembro 22

A Estrela [Parte 1]

Louise queria ser uma estrela.
Quando nasceu em 1918, sua mãe já queria que fosse uma estrela.
Ela cresceu acreditando que nascera para brilhar nos grandes palcos do mundo, Louise queria ser atriz, aos quatro anos preparara sua primeira peça que foi apresentada e aplaudida na ceia de Natal da família.
Louise era uma criança linda, tinha a pele muito branca e as bochechas rosadas, o cabelo levemente ondulado e castanho claro, os olhos verdes e movimentos delicados, quase dançados. Tinha um olhar que deixava imune qualquer um, mas por traz de sua candura tinha um gênio forte, era birrenta e voluntariosa. Queria tudo aqui e agora. Sabia muito bem dissimular, era uma atriz nata.
O pai de início era contra devido a forma como as artistas eram vistas e posteriormente pela dura opressão política da época em que a ditadura militar sufocante tentava silenciar as artes, mas deixou-se levar pelo sonho de sua esposa, sonho esse que na verdade era mais como uma projeção do seu próprio sonho vetado, e sendo o pai Marcos Ferraz, engenheiro conceituado, de boníssima alma, acabou permitindo que a filha seguisse a carreira artística e mesmo sendo chamado de louco pelos companheiros do clube, ele sentia até orgulho dos inegáveis talentos que a filha mostrara desde criança.
Sobre a mãe podemos dizer que sempre fora uma sonhadora, não alcançou todos os seus objetivos, pelo menos não o principal deles, a sua vida de estrela, mas casou-se com um homem que ela mesma achava ideal para si, teve uma filha linda e talentosa e ostentava a posição social que sempre desejou. Era ainda uma boa mãe e administrava bem o seu lar, era amada como mulher e respeitada em seu meio. Vera Lúcia Souza Ferraz era uma mulher feliz.
Aos quatro anos Loise começou a dançar ballet, ela era perfeita como fazia questão de ser em tudo o que fazia, fossem coisas sérias ou alguma travessura de moleca como a vez em que colou os cabelos de sua baba enquanto esta dormia só porque não admitia que lhe chamassem a atenção, exeto o pai, que tinha de Louise o maior respeito e admiração.
Se apresentou muitas vezes quando criança, era uma menina que carregava em cada movimento graça, sentia-se única enquanto dançava, mas ainda não era o que queria, ela queria os teatros e bem pequena já sabia disso.   
Aos 14 anos Louise fez um teste para uma companhia de teatro e em 1933 estreou sua primeira peça chamada "A rosa". 
No dia da estréia, Louise estava muito nervosa. 

[Continua]

1 Espantos:

Ana Carolina Campos disse...

[aaaaaaaa] continua *-*