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sábado, maio 22

Centralizando

Venho aqui hoje pra comunicar aos leitores que estarei "centralizando" as minhas produções, ou seja, tudo voltará a fazer parte de um único blog, o "De mim" que foi de onde nasceu o "Quem conta seus males espanta" e sabe como é, o bom filho à casa torna, rs. 
Tomei esta decisão por achar que tenho postado muito pouco aqui, e gosto de mais frequência, centralizando é mais fácil. 
Espero que entendam e que visitem o "De mim". 
Beijos e obrigada por tudo!

sexta-feira, maio 21

Inversão

_ Olá - Ele disse.
_ Oi - Ela disse. 
Mas na verdade disseram quase ao mesmo tempo num misto de desespero, emoção e quem sabe medo daquele encontro. 
Ele nem imaginava que a veria assim, tão de repente e ela, imprudente, como sempre, se esqueceu que aquele era o caminho dele, só se lembrou num ponto que não tinha mais como correr, ele já havia apontado na esquina.
Ela não sabia o que fazer, tinha vontade de correr, mas a vontade na verdade era de pará-lo bem ali, sem se importar se ele estava ou não com pressa e tirar a limpo toda aquela história que a fez perder o sono da última semana, e pensando bem, talvez fosse do último mês. As coisas não deveriam ser assim, não eram para ser assim, ela não havia pensado desse jeito e não queria um ponto final, queria apenas trocar o sentido daquelas reticências que ele havia colocado naquilo. Disse oi e acelerou o passo, talvez não fosse a hora.
Ele não queria tê-la visto, seria tão melhor se ela não tivesse aparecido,  não que tivesse raiva, na verdade nem chegava perto disso, mas ela sumindo era simplesmente mais fácil de não lembrar, ou lembrar menos. Porque ela era perfeita para ele, ela era ele, como ele, para ele, mas não conseguia ser dele. E apesar de tudo ela ainda queria que ficasse tudo bem. Disse olá na esperança que ela parasse. Não parou. 
Ela saiu pensando em como a vida poderia ser assim, porque a final de contas o destino resolvera fazê-la passar por tudo o que já passou? mas dessa vez, os papéis estavam invertidos. Talvez fosse pra lhe mostrar o quanto são difíceis os dois lados da moeda.
Ele saiu com o coração sangrando na boca e a cabeça voando por ai onde não sabia.  Não olharia para trás.
Foram. 

domingo, maio 2

Selo!

Recebii o primeiro selo! PRÊMIO DARDOS
E quem me mandou foi o Joel Vieira do  Faces  (recomendo).
Poxa muito obrigada mesmo, adorei!

Vamos ao Selo
Prêmio dardos: Com o Prêmio Dardos se reconhece os valores que cada blogueiro mostra cada dia em seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais etc., que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras.E tem três regras.
 
Aqui vão as regras:
- Exibir a imagem do selo no blog.
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação.
- Escolher 10, 15 ou 30 blogs para dar indicação, e avisá-los.


Indico todos e espero que gostem! Até! 

sexta-feira, abril 23

"Que o vento, meu filho, quando passa pelas coisas tem o poder de desescrevê-las levando-as embora, como faz com as folhas no outono"

Emanuel José era seu nome, era esse também o nome do avô. Quando olhava para o espelho sentia vergonha, sabia que não era culpado, mas ainda assim sentia vergonha, mas hoje, hoje foi diferente.
Quando olhou no espelho, se lembrou do mané, que sentado em sua cadeira de fios com o cigarro de palha em mãos dizia calmo que as coisas ruins da vida eram como aquele cigarro, queimavam por algum tempo no coração da gente, mas depois viravam cinzas e eram varridas pelo vento. "Que o vento, meu filho, quando passa pelas coisas tem o poder de desescrevê-las levando-as embora, como faz com as folhas no outono" disse o mané na sua velha cadeira de fios. 
Era como se o avô soubesse de tudo, do maior e único segredo de Emanuel, aquele que não contara para ninguém jamais, mas que até então vivia dentro dele com  as janelas bem fechadas onde queimava insistentemente e não deixava, de forma alguma, o vento entrar.  Mas hoje era diferente, usaria de toda a sua força para finalmente abrir as janelas. 
Abriu a janela e decidiu que aquilo tudo pararia naquele instante de queimar; foi então que entrou o vento. E o vento desescreveu aquelas dores e medos do coração, calmo como a fala do avô, simples como caem as folhas adas árvores no outono. 
Não sofreria mais por aquilo que não procurou, pois para ele, que apesar de tudo conservara uma alma de menino, só merecia castigo quem havia feito alguém sofrer, ele não o fizera. 
Não deixaria mais, nunca mais, que o que aquele estranho fizera com o menino Emanuel no celeiro da fazenda de seus pais naquela noite estranha enquanto brincava de conversar com os pôneis que ganhara do avô deixasse o homem Emanuel José com vergonha de viver, logo ele que apesar de tudo tinha um coração tão cheio de inocências. 

terça-feira, abril 20

Redecorando

Sairam para as ruas, foram redecorar a vida que já estava um pouco amarelada. Então colocaram as fitas nos cabelos e sairam a cantar e tocar as flautas e flautins e dançavam também os neo-paisagistas. 
Mas aqueles que olhavam tudo por detrás dos vidros dos escritórios condevam aquela loucura, aquele "barulho" atrapalhava e todos tinham muito o que fazer. Proque todos têm sempre muito o que fazer, estão sempre ocupados de mais com em levar a vida, em sustentar a vida, em crescer na vida e se esquecem de viver a vida.

segunda-feira, março 8

E caminhava pela rua, e observava a própria sombra.
Sentia uma sensação estranha, não sabia explicar mais havia algo diferente. Viveria uma nova fase talvez. Era assim que acontecia, as novas condições lhe traziam sensações estranhas, logo se acostumaria.
O que era dessa vez? O que a menina sentia? 
Queria voar, e sentia que podia. Bastava se sentar em um canto com silêncio, vento no rosto, caneta e papel. Voaria.
Seria capaz então de descrever todos os lugares do mundo desde que tivesse papel e caneta, e claro, vento no rosto, mesmo que nunca tivesse conhecido o tal lugar, saberia, porque estava sobrevoando o mundo e atravéz de uma fina membrana poderia então tocar a vida. Saberia os seus limites; enquanto escrevesse saberia os seus finos e delicados limites. Se esforçando, quem sabe, chegaria em seu próprio limite, entre a sanidade e a loucura, o ápice de uma simetria perfeita entre verbos e rimas, teria nesse ponto tocado o tempo. Um pé cá, outro lá, entre a razão e o algo a mais que só quem já pode perdê-la sabe dizer.  
Então descobrira a sua nova condição, a menina agora era poeta.
Viu na própria sombra uma figura mística, rara e diferente. Que tinha os olhos cantantes, a fala doce, um coração que sangra, uma alma que chora e um todo que sente, mais do que tudo e em primeiro lugar sente, e sente com infinita delicadesa e ardência, porque toca a vida, por uma fina e resistente membrana que se chama amor. 

    

quinta-feira, fevereiro 25

Guardou os bons momentos, todos o que se lembrava desde que era capaz de lembrar, colocou-os em uma caixinha, depositou cuidadosamente na primeira gaveta do criado mudo. Ficaria tudo ali, colecionaria momentos bons.
Estava decidido, não seria médica, professora ou advogada, seria colecionadora de felicidades, buscaria pelo mundo momentos bons e os eternizaria, por menores que fossem as felicidadezinhas, não tinha importância se fossem da espessura de alfinetes ou da proporção de explosões nucleares, sentir o coração bater mais forte valeria tudo.
Não estava fugindo da realidade, estava apenas exigindo menos, exigiria menos de si, menos da vida e do resto do mundo e das coisas do mundo. Exigir menos faria do pouco o suficiente, o acaso traria o muito às vezes e seria bom também, guardaria tudo.
Ela só queria ser diferente, correr atraz do prêmio que todos correm era muito chato. Seu prêmio seria diferente, só queria encher uma caixa, a caixa da segunda gaveta do criado mudo de momentos bons, de pessoas boas, de abraços e sorrisos. 
Não se importaria mais com as expectativas, queria só felicidade pra caixinha. Depois de cheia, abriria a caixinha e espalharia os momentos por ai, daria sorrisos aos rostos tristes e depois de acabadas as lembranças felizes guardadas começaria tudo de novo, e de novo e de novo. A colecionadora de felicidades vagaria sempre pelo mundo até que fosse necesário um sucessor. E os colecionadores vagarão eternamente pelo mundo. Existirão sempre caixinhas pequenas e agitadas nas segundas gavetas dos criados mudos.  

domingo, fevereiro 14

O que fomos

Hoje me lembrei do que fomos um para o outro. Me lembrei do que você foi para mim. Me deu aquele aperto no coração, aquela vontade de chorar. Chorei, chorei por algum tempo enquanto devorava uma barra de chocolate. Você talvez se lembre de como sou chocólatra. 
O que foi que fizemos? Quando foi que esquecemos quem somos?
A noite está fria hoje, ideal para um filme de terror daqueles que eu e as meninas morriamos de medo de assistir mas acabavamos dando risada de tudo enquanto você super corajoso ficava morrendo de medo.
Ninguém mais está aqui. 
Sem filmes, sem você, sem ninguém, sozinha. 
Quando foi que nós esquecemos que antes de sermos namorados éramos amigos?
Eu te amava, ou melhor, amo, com todas as minhas forças e esse amor não depende de beijos na boca, só da tua presença, só de saber que eu posso contar com você sempre. 
Mas eu já não posso.
E quando eu te encontro por ai, e sou obrigada a receber aquele seu "oi" frio e por pura educação. Me dói. 
Me dói e eu fico pensando se você também se sente assim. 
Talvez não. Talvez só eu esteja me consumindo por essa amizade que acabou, afinal, você parece estar muito bem, está tão sorridente com as suas novas garotas.
Talvez eu tenha que esquecer agora, esquecer o que fomos, seguir em frente. Esquecer que você é tudo pra mim.