Colocava as contas no colar como se cada uma delas fosse uma felicidade da vida. Sentada na poltrona que fora do avô confeccionava um colar todo de felicidades.
A primeira conta era infância e sorrisos gratuitos. A segunda conta era o primeiro amor, inocência e beijo desajeitado. A terceira era juventude, abraço no mundo, olhos que enxergam horizontes. E assim por diante...
A menina que é senhora de alma sabia de tudo, entendia de mais do que se tratava a vida, e confeccionou o colar de felicidades para dar de presente a um desconhecido qualquer, o diria que aquele colar era um amuleto, ele poderia usar como máscara de camaleão e se misturar a paisagem quando a dor e a tristesa passasem perto.
A menina senhora sabia da felicidade e sabia das tristesas, e mesmo sem muitas vezes tê-las sentido na pele, conhecia tudo a fundo, a menina senhora tinha um dom de sensibilidade.
Queria que todos pudessem sentir as energias do mundo também, queria que todos pudessem ver o quanto tudo tinha cores e formatos tão variados, queria emprestar o seu caleidoscópio que tinha espelhinhos de emoção dentro, mas não era possível.
Então todas as tardes a menina senhora sentava-se na velha poltrona reclinável que fora de seu avô e fazia seus colares de contas encantadas, e enquanto os confeccionava repetia sempre a mesma frase - "Sim, eu acredito".
4 Espantos:
obrigada linda... seus contos são encantados. li o da menina que faz um colar de contas.. achei maravilhoso... pela sua idade, tens um exelente dominio da linguagem.. uma exata síntese, entre começo...meio e fim. fantastico.
parabens , continue escrevendo com este ar ingenua, de menina felicidade.
bjs
leek
interessante micro conto,..rs
mas nao eh maravilhoso,colocar as felicidades da vida num fio,pra gente usar sempre junto?
como contas num colar?
muito bem escrito, gostei pacas...
Bons dias e um colar de felicidades pra ti... rsrs
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