quinta-feira, fevereiro 25
Por Bárbara Grou. Contado às 22:15 8 Espantos
Sobre: Encantado, Felicidade
domingo, fevereiro 14
O que fomos
Por Bárbara Grou. Contado às 18:28 9 Espantos
quarta-feira, fevereiro 10
E-mails para Natasha
Por Bárbara Grou. Contado às 20:58 4 Espantos
Sobre: Despedidas, Recortes de Vida
sexta-feira, fevereiro 5
Iguais
Ela sentia tanto. Sentia em quantidades, sentia em profundidades, sentia em larguras e em comprimentos. Ela o sentia por todas as dimensões.
Desde o primeiro momento fora capaz de enxergá-lo. Nesse primeiro momento, não sabia quem era ele, mas sabia o que ele era. Ele era como ela, e nada garantia essa certeza, mas ela a tinha.
Então o tempo foi se passando irregular quando se tratava dele, mas aos poucos ela foi descobrindo quem era ele. Confirmou que eles eram mesmo iguais.
Ela o amou. Não por ele ser como ela, porque nem sempre ela se sentia feliz consigo mesma, mas sim por ele também reconhecê-la como afim.
Ela sabia como era, descobriu quem era, e com isso descobriu também que era um erro ama-lo, não que amar seja errado em alguma cincunstancia, mas ela consederava que deveria evitar tudo o que a fizesse sofrer, ele a faria sofrer, não porque desejasse fazê-lo, mas por razões que ela compreendia perfeitamente, ela o compreendia perfeitamente.
Mas já era fato consumado, em pouco tempo viriam as consequências.
O tempo foi caminhando no mesmo descompassado ritmo mas as coisas aconteceram, e agora estavam juntos.
Estavam sentados no sofá da casa dele, assistindo um filme italiano, e ela sentia tanto. Sentia em quantidades, sentia em profundidades, sentia em larguras e em comprimentos. Ela o sentia por todas as dimensões.
Sentia que ele a amava o quanto necessário. O necessário para estar ali com ela, o necessário para não deixá-la, o necessário para ligar algumas vezes no dia para saber como ela estava e só o necessário para ter medo dos estragos que provocaria a ela se partisse.
Ele tinha medo porque sabia que enquanto ele era capaz de ama-la apenas o necessário, ela o amava imensidões, o amava profundidades, larguras e comprimentos; inquantificavelmente.
Ele tinha medo porque sabia que enquanto acariciava os cabelos dela assistindo aquele filme italiano que ambos adoravam, ela chorava.
Ela chorava porque sentia as diferenças.
E ele também chorava, chorava porque assim como ela sabia de tudo. Sabia o quanto a relação era injusta, e se achava injustiçado por seu coração que mesmo tendo pertinho outro coração alguém que era tão perfeito, não parava de bater por outro alguém, que há tempos já estava longe.
Mas eles eram iguais, ambos choravam e colocavam a culpa no filme italiano.
Por Bárbara Grou. Contado às 20:12 8 Espantos
Sobre: Amor, Coisas, Desencontros
segunda-feira, fevereiro 1
É claro que ela não acreditava
É claro que ela não acreditava em amor a primeira vista, afinal, essas bobagens só acontecem em filmes, novelas ou coisas do tipo e além do mais, já não estava mais na idade dessas coisas.
Mas com aquele homem era diferente, era como se ele todo fosse um imã feito especialmente para ela. Tudo nele exercia uma atração daquelas que se chama de atração fatal.
Era mais que isso, mais que atração, ela negaria, mas os olhos daquele homem que ela nem sabia como se chamava fizeram com que ela o amasse ali, naquele instante.
Ela não sabia como ele era, se tinha algum defeito ou se tinha alguma qualidade, não sabia telefone ou endereço, a única coisa que sabia era que ele tinha uma conta bancária na mesma agência que ela, apenas isso.
Ela não acreditava em amor a primeira vista, mas na noite que seguiu a tarde em que se encontraram ela mal conseguiu dormir lembrando daqueles olhos.
É claro que ela não acreditava em destino, afinal, somos nós mesmos que fazemos o nosso caminho, e já havia esperado de mais por algum sinal, esperou tanto pelo destino que mesmo que ele fizesse caretas em sua frente não perceberia. Foi por isso que construiu a sua sorte e chegou onde chegou.
Mas um tempo depois, na mesma agência de banco, ele estava lá de novo, na sua frente esperando para falar com o gerente.
Ela ficou chocada, não podia ser verdade. Era.
Ele viroude para ela e disse:
_ Oi, meu nome é Paulo.
Ela estremeceu, como assim aquela "coisa" estava fando com ela?
_ Oi, sou Lígia.
_ Acho que já nos vimos por aqui.
É lógico que já tinham se visto, ela se lembrava muito bem!
_ É, pode ser, eu estou sempre por aqui.
Pensou "E agora?"
_ Seria muito inconveniente pedir o seu telefone?
Ela não sabia como reagir, quer dizer que ele também a achava interessante?
_ Tudo bem, vou pegar meu cartão.
Ainda bem que na semana passada a empresa para que trabalhava lhe forneceu alguns desses cartões de contato, nunca acharia a caneta.
_ Por favor. Disse ele.
Ela lhe deu o catão, sorriu embasbacadamente e inventou que o horário de almoço estava acabando, se ficasse mais cinco minutos ali começaria a dar respostas incoerentes, não dava mais para esperar o gerente poder atender.
Se despediram casualmente e ela foi embora.
No mesmo dia a noite, ele ligou.
Por Bárbara Grou. Contado às 21:50 2 Espantos
Sobre: Encontros